A comunidade sabe mais sobre o lugar do que você, tragaos para junto do projeto.
O mais importante nessa etapa é criar uma base de participantes representativa das diferentes culturas e subculturas observadas no passo 1 e claro, já confirmadas por outras fontes de dados como o mapeamento das mídias sociais, bases acadêmicas e assim por diante.
Agora que você já entende minimamente o lugar onde irá trabalhar, conhece muitas pessoas pelo nome e já pegou até certos vícios de linguagem locais, chega a hora da parte mais importante e ao mesmo tempo mais trabalhosa: engajar todos em um mesmo projeto de lugar.
Como quase tudo que diremos aqui nesse guia, não existe certo ou errado, e sim diversas formas de realizar determinadas etapas, compartilhamos com vocês as metodologias que se mostraram mais eficientes durante os anos de consultoria e não pretendemos criar nenhum juízo sobre tantas outras formas existentes.
É preciso muito esforço para explicar às pessoas a importância da participação delas no processo, materiais de divulgação claros e adequados à realidade local são essenciais nesse momento.
Lembre-se que mais do que insights qualificados, procuramos iniciar um movimento de fortalecimento de senso de pertencimento essencial a qualquer lugar, quanto antes as pessoas entram no projeto, mais delas ele se torna, maior o pertencimento e maiores as chances dessas pessoas serem defensoras de algo que elas ajudaram a construir.
Por isso mesmo, na Bloom, temos o costume de criar projetos de engajamento antes mesmo do projeto propriamente dito, uma espécie de “movimento” por um lugar melhor, mesmo quando trabalhamos com a iniciativa privada em comunidades planejadas, por exemplo. Não existe mais projeto bemsucedido que não leve em conta a sua conexão com a cidade, o entorno e a comunidade.
Engajar pessoas é criar compromisso, se você, empreendedor ou poder público, tem dúvida sobre a viabilidade do projeto pense duas vezes antes de sair prometendo mundos e fundos à comunidade local, pior do que não envolvelos é ignorar tudo que foi discutido, inclusive muito se fala que uma pessoa só se sente engajada se entender que sua opinião será levada em conta, ainda que não implementada, por isso é importante também transparência no processo.
Lembre-se
- Crie sempre plataformas de engajamento amigáveis e adequadas à realidade local, muitas vezes uma boa motofalante é mais eficiente do que um app super sofisticado.
- Quando você quiser desistir, acredite, você vai querer, pense que esse processo é responsável pela legitimidade e autenticidade do projeto, sem isso você só é mais um que faz as coisas de acordo com o que “você acha” e o que você acha, em grande parte das vezes, não vende e não cria legado político e pior, não transforma em nada a vida das pessoas.